sábado, 18 de agosto de 2012

Tragédias abalam a família Guerra de Macedo

A morte da médica Estelita Guerra de Macedo, ex-prefeita de Curimatá, é a segunda tragédia que se abate sobre a sua família. A primeira foi em 1996, quando sua irmã, Lair, também médica, acidentou-se gravemente em Recife e passou dois meses em coma. À época, ela era coordenadora nacional do Programa de Combate à Aids, do Ministério da Saúde.
Doutora em Microbiologia e Infectologia, Lair Guerra de Macedo é uma personalidade respeitada na comunidade científica internacional, por abraçar o desafio do governo brasileiro de assumir, em 1986, o comando do programa do Ministério da Saúde de combate à Aids. Tudo ainda muito embrionário à época, mas ela entregou-se de corpo e alma à tarefa.
O cerne do trabalho de Lair e de sua equipe compreendia duas frentes simultâneas. Por um lado, informações e meios que ajudassem a prevenir o HIV. Por outro lado, as buscas de solidariedade e de qualidade de vida para as pessoas infectadas. Tarefa nada simples, pois tinham de demover o preconceito, a falta de dinheiro e a burocracia da máquina estatal.
Os ponteiros do relógio eram mais lentos que a velocidade de propagação do vírus. Com empenho de horas, dias, meses levou o Ministério da Saúde a fiscalizar os Bancos de Sangue espalhados pelo país, para evitar contaminação.
Depois de muitos contratempos, ela conseguiu universalizar os medicamentos anti-retrovirais, o popular “coquetel” contra a Aids. Mais tarde, conseguiu que todos os que precisassem tivessem acesso gratuito aos medicamentos. O Programa, dirigido por ela, cresceu e tornou-se referência para os países pobres.
Em agosto de 1996, ela foi para mais uma viagem. Dessa vez, tratava-se de uma palestra no XIX Congresso Brasileiro de Infectologia, em Recife. “Foi então que o destino aprontou feio. Ao deixar o Congresso, a caminho do hotel, um ônibus avançou o semáforo e bateu de cheio no carro que a transportava. Lair Guerra, nascida em 1943, mãe de cinco filos, sofreu traumatismo craniano e passou dois meses em coma.
O estúpido desastre tirou Lair Guerra do que ela mais amava: o trabalho contra uma doença gravíssima. Hoje, ao lado do marido Florêncio, ela vive seus dias empenhada em outra luta: tenta superar as graves sequelas do acidente. Ela tem comprometidas a locomoção, a fala e trechos da memória. Mas não desiste. Quer escrever um livro sobre os “anos heróicos” de construção e implementação do grande programa contra a AIDS”.
As duas médicas são de uma família de dez irmãos. Entre eles, o ex-presidente da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carlyle Guerra de Macedo, que foi o primeiro secretário de Saúde do Piauí, no governo Helvídio Nunes. Outro irmão delas que ganhou projeção nacional foi o advogado Delile Guerra de Mecedo, ex-secretário da Sarem (Secretaria de Articulação com os Municípios, vinculada diretamente à Presidência da República, correspondente hoje ao Ministério das Cidades). Trata-se de uma família grande, muito preparada e muito querida no Sul do Piauí.
(Com informações do livro CHARF, Clara (coord.). Brasileiras guerreiras da paz: projeto 1.000 mulheres. São Paulo: Contexto, 2006)

com informações do 180 graus

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